As diferentes gerações e o impacto nos negócios

As diferentes gerações e o impacto nos negócios


Artigo postado no Portal da Cidade: Canoinhas

Link de acesso: https://canoinhas.portaldacidade.com/noticias/papo-de-especialista/as-diferentes-geracoes-e-o-impacto-nos-negocios-4928

Ao se afirmar que tal pessoa pertence a uma determinada geração, automaticamente fazemos uma classificação geral e quase que uniforme das pessoas pelo ano em que nasceu. É uma forma de se estratificar as pessoas em grupos / nichos observando traços em comum no comportamento. Viana et. al (2013) afirma que geração é composta por um grupo de pessoas que compartilha, ao longo da vida, tradições, cultura, experiências de vida históricas e sociais.

No século XX são reconhecidas cinco gerações globais ativas:

– Geração Baby Boomers: nascidos entre 1940 e 1960

Segundo estudos, trata-se de uma geração idealista, combativa, disciplinada, e com espírito coletivo, responsável por iniciar a luta por direitos.

– Geração X: nascidos entre 1960 e 1980

Guardam muitas influências dos Baby Boomers e buscam estabilidade na carreira, disciplina e o respeito pela hierarquia. De certa forma, também reforçam a ideia de liberdade e de curtir a vida. São mais individualistas e competitivos. São mais empreendedores que a geração anterior

– Geração Y (millenials): nascidos entre 1980 e 1995

Nasceram com a internet. São flexíveis a mudanças pois tiveram que se adaptar em um mundo que ganhou velocidade de informação. Paixão, ousadia e experiência são propulsores das suas carreiras. Priorizam a sustentabilidade e se preocupam com o planeta. São imediatistas. Possuem um alto poder de influência tanto para a geração X quanto a Z.

Essa geração pode ser dividida em Old e Young Millennials. Os Old tiveram sua infância e adolescência sem a internet (até meados de 2007), os Young, a partir de 2000, tiveram infância e adolescência com internet.

– Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010

São os nativos digitais. São ágeis, multitarefas, e capazes de absorver uma grande quantidade de informações. São ativistas ambientais e sociais. Defendem toda causa ligada à identidade das pessoas (gênero, etnia, orientação sexual). Forte senso crítico (por ter vivido crises políticas), são pragmáticos e realistas devido a insegurança com o futuro.

– Geração Alpha: nascidos a partir de 2010

Geração com poucos estudos. Nasceram e vivem a infância em meio a crises financeiras e sanitária (COVID-19). Não sabe-se o efeito desses eventos nesta geração, a única coisa que é certa é que essa geração, “receberá em cheio” o impacto da inteligência artificial. Segundo alguns pesquisadores, essa geração será a primeira a presenciar uma “relação afetiva” entre humanos e máquinas.

Figura 1: As gerações ativas no mercado

 

Fonte: blog.kapputo.com

É de se considerar que estas divisões não são exatas e divergem conforme a fonte. É normal observar uma mistura no comportamento entre as gerações, principalmente nos “anos limites”, havendo uma grande influência entre uma geração mais antiga e a nova.

Dentro dos negócios, o estudo das gerações é analisada pelo campo do Marketing e de Gestão de Pessoas. Na visão de Marketing, as empresas precisam projetar quais os interesses dos consumidores em geral. Utilizar os recortes geracionais é uma das formas de fazer isso. As empresas poderão organizar seus planos, alinhando produtos, serviços, comunicação e posicionamento social afim de atender alguma dessas gerações. Um exemplo: as gerações a partir da Y, possuem uma grande preocupação com a saúde física e mental, desse forma, caso uma empresa tenha produtos e serviços que contribuam com esses interesses (indústria de alimentos saudáveis, academias, espaços de Yoga, etc), provavelmente terá sucesso junto a esse público.

E o que é importante para TODAS AS EMPRESAS quanto ao fator mercadológico e as gerações, é entender que terá que ADAPTAR produtos e serviços às gerações que forem entrando no mercado consumidor, hoje focado nas Gerações X e Y.

Nas Gestão de Pessoas, a gerações impactam na força de trabalho. No Brasil há um evidente desequilíbrio de visões e interesses entre empresas e mão de obra. Isso ocorre porque as empresas, na sua maioria, exigem requisitos e atitudes profissionais que muitas vezes, as gerações Y (Young Millennial) e Z, muitas vezes não reconhecem como importantes (Ex: respeito a hierarquia, disciplina de horário, culto ao trabalho). E isso faz com que ocorra um fenômeno que vem ficando cada vez mais evidente. As empresas com vagas em aberto e o nível de desemprego formal cada vez mais alto. Em contrapartida, os serviços informais, autônomos e profissões alternativas se elevam dentro dessas gerações. Vivencia-se assim, uma nova REVOLUÇÃO NA RELAÇÃO DE TRABALHO, que precisa ser entendida pelas empresas e organizadas afim de atender a expectativa de vida desses novos profissionais. Isso poderá inclusive, garantir a produtividade. Alguns exemplos bastante reais e intensificados pela COVID foram o Home Office, reterceirizações e contratos por tempo determinado e/ou por projetos. Todo formato de flexibilização de horário é fundamental para se ter profissionais atuando das gerações Y (Young Millennial) e Z.

A empresa que se considerar fora desse cenário, tendo a CERTEZA que seus produtos, forma de se comunicar com o mercado e gestão de equipes são um sucesso a 50 anos, terá sérios problemas em se manter no mercado.

Fontes:

https://rockcontent.com/br/blog/dossie-das-geracoes/

https://www.consumidormoderno.com.br/2017/02/20/geracao-baby-boomer-x-y-z-entenda/

NOVAES, Simone. Perfil Geracional. Anais do VII SINGEP. https://singep.org.br/7singep/resultado/428.pdf . 2018.blog.kapputo.com